sobre
trabalhos
A forma do meu corpo desaparece na medida em que esses agentes transformadores da paisagem operam em reações físico-químicas, movendo as massas da matéria e assim me dissolvo em estratos florestais que incluem seres que co-habitam o mesmo momento sucessional. Trata-se da observação de uma forma bidimensional se transformando num emaranhado tridimensional que cresce pros lados, pro alto e pra dentro do chão.
Por ora cavo, corto, germino, trepo, rego, tropeço, coleto, fotografo, cheiro, como, me sujo, suja planto… descanso. Sou com o todo, não mais eu mesma só, mas eu e os outros seres. Sem a aura de ser autora d’alguma coisa pois, de que vale a primazia de ter uma aposta genial, se os demais não se deixam escutar o mesmo sussurro das árvores? Estou nessa missão de sobreviver ao fim do mundo e conspiro coletivamente estratégias capazes de delinear a liberdade.
Em setembro de 2020, na área onde se encontra a Agrofloresta Govz ao Pé da Letras (Cidade Universitária, Rio de Janeiro), iniciei o plantio de um canteiro agroecológico nas dimensões da silhueta do meu próprio corpo. Desde então venho acompanhando o desenvolvimento das plantas e a transformação da paisagem ao redor.
Plantio de liberdade/Ferramenta
de artista (2022)
Fotoperformance e pá com inscrições
Dimensões: Fotografia 40 x 29 cm. Pá 30,6 x 8,5 x 4 cm.
Primeiro dia: 23/09/2020
Série Agroflorestar Solos de Pedra (2020-)
Fotografias, pá e escultura viva em paisagem específica.
1 semana depois: 30/09/2020, primeiro plantio
18 semanas: 09/02/2021, antes e depois do manejo
11 semanas: 18/12/2020
3 semanas (após o plantio): 16/10/2020
6 meses: 02/07/2021
Escultura viva em paisagem específica (2020-)
Plantas, terra, luz, micro e macro organismos, pedras, tempo.
Dimensões variáveis
3 anos e 5 meses: 07/02/2024